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A austeridade a que nos obrigaram

por Carlos Roberto, em 20.10.12

As pessoas têm razão ao quererem só levar futebol e casa dos degredos para casa, a verdade é que o que sobra não dá muita vontade de ver. Os políticos com a sua meta-linguagem não aproximam as pessoas até pelo contrario a mensagem de optimismo não existe parece que é propositada uma mensagem pessimista sem esperança.Será que os políticos têm interesse na industria farmacêutica de produção de antidepressivos ? Não há uma mensagem de esperança de luz ao fundo do túnel, será que só um ditador a pode dar ? Não precisamos de um Hitler que levantou o pais quando já ninguém acreditava em nada ... O problema é que caímos neste lugar comum da história da humanidade que nos pode sair caro, o povo português sempre idolatrou sebastianismos de onde Salazar o "Salvador da Pátria" foi um bom exemplo.

Precisamos de uma nova classe política não precisamos de um novo Salazar, precisamos de bons exemplos e não de mais do mesmo, se temos de aguentar com a austeridade exigimos rigor.

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publicado às 15:36

Estamos saturados disto!

por Faust Von Goethe, em 20.10.12

A nossa saturação já vai muito para além da austeridade e do “ que se lixe a troika”. Estamos mais que saturados dos discursos moralistas de Passos Coelho, das conferências enfadonhas de Vítor Gaspar, do patriotismo exacerbado de Paulo Portas, dos discursos parcos da oposição, da ataraxia de Cavaco Silva, assim como da inépcia de toda a classe política, em geral.

De uma minoria activa de descontentes, passámos a uma multidão furiosa encadeada pelos soundbytes da comunicação social, que tem semanas em que dispara contra governo e lobbies instalados, e outras em que nos tenta convencer que não há saída possível senão dar-se um passo em frente, mesmo sabendo que nos encontramos à beira de um precipício e que qualquer passo em falso pode significar a nossa desgraça. 

Errar é humano. Persistir no erro não é sinal de inexperiência [governativa]. É sinal de estupidez. E é esse o caminho que o governo chefiado pelo incumbente Vítor Gaspar pretende seguir “custe o que custar”, ignorando por completo os relatórios recentes da ONU assim como os reptos vindos da directora e do economista-chefe do FMI.

A substituição do aumento da TSU aos trabalhadores pelo agravamento e progressão nos escalões do IRS resume-se a mais do menos. A um saque aos rendimentos das famílias, a uma morte anunciada da economia de retalho que vive às custa dos pequenos comerciantes e dos consumidores, ao aniquilar de hipóteses de investimento, tanto a nível interno como ao investimento vindo do exterior. Por mais que Álvaro Santos Pereira e Assunção Cristas tentem vender que este Orçamento de Estado tem medidas que visam ao potenciar do crescimento económico e ao estimular do empreendedorismo em áreas como a economia e a agricultura, uma coisa ficou clara para aqueles que já tiveram oportunidade de ler as linhas gerais do Orçamento de Estado para 2013. Quem vai pagar os devaneios de Santos Pereira, Cristas e dos restantes ministros [empenhados em fazer obra] não é o investimento replicativo. São os contribuintes.

Para um governo prestes a celebrar ano e meio no poder, que tenta empurrar com a barriga as responsabilidades deste orçamento de estado hostil para a anterior governação-ou para a “festa socialista”, como lhe chamou Álvaro Santos Pereira- mas que quer tributar à força bruta grande parte dos rendimentos dos trabalhadores e empresas, está também a seguir a via do socialismo. É o chamado socialismo capitalista, mais à esquerda do que o socialismo preconizado pelos partidos de esquerda como disse há semanas João Duque, actual presidente do ISEG, e que esteve para ser ministro das finanças deste governo, o que não deixa de ser icónico e irónico.

Só há portanto um antídoto contra toda a contestação social encabeçada por ex-ministros [das finanças], por ex-presidentes da república e conselheiros de estado. Fazer cedências e renegociar o orçamento, antes que a sede de vingança palaciana tome o lugar da fome por se fazer justiça nas urnas.

O problema não está na rua, no folclore das manifestações, nos arraiais de professores não-contratados, nas vigílias dos novos desempregos em frente às empresas que abriram falência. Está em quem é o responsável pelo cumprimento do memorando e que tem a obrigação de zelar pelo consenso social alargado, assim como de saber o que está [realmente] a fazer.

A decisão da maioria parlamentar-encabeçada por PSD e CDS/PP em aprovar este orçamento pode ser vir a ser criticada partidos da oposição assim como a ser alvo de chacota em praça pública.
Governo, maioria parlamentar assim como partidos da oposição têm a responsabilidade de fazer um esforço herculeano para equacionar todos os cenários possíveis. A confiança dos cidadãos nos seus políticos precisa de ser restituída para que o consenso social seja mais que um simples contrato de circunstância. Para bem de Portugal e dos Portugueses, este terá de ser fidelizado na sua plenitude por governo, trabalhadores, patrões e restante sociedade civil. Porque a nossa margem de manobra ainda é curta para se renegociar o que quer que seja com a troika num futuro não muito distante. É que a teimosia de Passos Coelho assim como a insensatez de Vítor Gaspar e dos demais, pode vir a hipotecar o futuro do país dentro e fora de portas [e de Portas].

O regresso anunciado aos mercados- já em 2013-será apenas o princípio da retoma para alguns, em especial das corporações que operam no PSI20- como são os casos da PT e EDP que podem emitir obrigações para se financiarem a médio e a longo prazo. Para os restantes, a retoma passa essencialmente pela estabilidade fiscal, pelo [hipotético] investimento estrangeiro em Portugal e pelo captar pequenos e médios aforradores como forma de fazer face ao corte de financiamento por parte da banca. Porque nos tempos que correm, aqueles que p.e. emigram acabam por levar consigo o pouco que lhes resta, e não fazem intenções de enviar parte dos seus rendimentos para Portugal. A livre circulação de capitais assim como a globalização têm destas coisas.

Já que falamos de banca, permitam-me que faça um pequeno parêntesis sobre Fernando Ulrich e sobre as suas declarações em entrevista ao programa De Caras [na RTP1].  Aqueles que criticaram e se escandalizaram com as declarações de Fernando Ulrich, que se mostrou disponível para “absorver” e dar formação a alguns dos desempregados nos quadros do BPI ao invés de ficarem em casa a viver às custas de prestações sociais, deviam ter-se comovido por Ulrich ser um dos poucos empregadores em Portugal que se mostra preocupado em dar uma oportunidade a todos aqueles que por aí se queixam que ninguém lhes dá uma oportunidade para mostrarem o que [realmente] valem. Isto sim, poderá ser uma forma de se evitar que os nossos melhores quadros saiam de Portugal!

Se fizermos um voto de penitência colectivo, chegamos à conclusão de que a capacidade de gerar empregos a curto e médio prazo está nas mãos de grandes empregadores como Fernando Ulrich. Recusar que pessoas como Ulrich tentem dar o seu contributo para potenciar o emprego em Portugal, começando pela formação de base, não será apenas um grande problema para governo, mas também um problema nosso. Porque ter de emigrar e nunca mais voltar não é traição à pátria. É desistir da pátria. E por cada jovem emigrante que parte para destino incerto, é menos um jovem trabalhador a assegurar a sustentabilidade do estado social- ou será que ainda ninguém reparou neste pormenor?

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publicado às 14:10




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