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Ultimamente tenho andado com a vista cansada. Deve ser das lunetas...
A primeira frase que escrevi quando comecei a redigir este texto foi apagada, e foi-o porque me soou tão familiar que resolvi substituí-la pela original, que será, com certeza, melhor que a minha. A frase é esta:
e é adequada porque os acontecimentos desta semana serviram para me convencer que vivo num país em que o que nos sai da boca não é avaliado pela veracidade ou realismo das nossas palavras, mas pela conta bancária, posição social ou quadrante político.
Um pais em que se desculpa o racismo e se condena a constatação de que somos todos iguais.
Se não for assim, como se explica que na Assembleia da República se indignem por alguém simplesmente se conformar com o facto de que se uns suportam viver nas ruas os outros também o suportariam, enquanto que insultos como "rei-mago escurinho" passam impunes?
Querem condenar? Então condenem mas sejam coerentes.
Já agora, aproveito outra expressão: se eu aguento mais hipocrisia? Ai aguento, aguento! Sei que vou ter de aguentar porque eles não mudam.
Quo vadis societatis?