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Expresso da Lusitânia-Digest (*)

por Faust Von Goethe, em 12.02.13
Palavras do Papa no Consistório em que anunciou a resignação
        

Queridíssimos irmãos,

Convoquei-vos para este Consistório, não apenas por causa das três
canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande
importância para a vida da Igreja.

Depois de examinar reiteradamente a minha consciência perante Deus, cheguei
à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer
adequadamente o ministério de Pedro (petrino).

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http://maislusitania.blogspot.pt/2013/02/palavras-do-papa-no-consistorio-em-que.html

 

Para acabar de vez com o equívoco (ou não)
da social-democracia e outros mitos   
 
Historicamente, a expressão social-democracia tem origem em França, em
Fevereiro de 1849. Depois de derrotados na Revolução de 1848, os grupos
revolucionários agrupam-se no Partido Democrata-Socialista ou
Social-Democrata, sendo esta forma abreviada (social=socialista) a mais
comum.

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2012/11/para-acabar-de-vez-com-o-equivoco-ou.html



Salazar e os actuais políticos pedintes
Memórias de um outro Portugal
 
Corria o ano da graça de 1962 (já lá vai meio século). A Embaixada de
Portugal em Washington recebe pela mala diplomática um cheque de 3 milhões
de dólares (em termos actuais algo parecido com 50 milhões €) com
instruções para o encaminhar ao State Department para pagamento da primeira
tranche do empréstimo feito pelos EUA a Portugal, ao abrigo do Plano
Marshall.

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2013/01/salazar-e-os-actuais-politicos-pedintes.html

  

O medo de Salazar… 
 
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), dependente do
Ministério da Justiça, decidiu não autorizar o rótulo «Memórias de Salazar»
com que o Município de Santa Comba Dão pretendia comercializar algum vinho
da região.

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2012/12/o-medo-de-salazar.html

 

Universidade católica ou caótica?  
 
Quem seguir relativamente de perto o que se passa na Universidade Católica
Portuguesa não pode deixar de se interrogar sobre a sua natureza real no
que toca ao cristianismo é à sua missão.

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2013/01/universidade-catolica-ou-caotica.html

 


 

O abortista e pro-invertidos Obama é o maior
para a senhora professora da «católica»
 
A senhora professora liberalóide da universidade caótica (dita Universidade
Católica Portuguesa) Lívia Franco participou mais uma vez no programa da
Sic Notícias Opinião Pública (22.1-2013). Com tanto tempo de antena, o
Balsemão e seus assalariados lá sabem porquê.

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2013/01/o-abortista-e-pro-invertidos-obama-e-o.html

 

A lei de «identidade de género» e os limites
da omnipotência do legislador (1)
 
No momento em que escrevo [2010], está em discussão numa comissão da
Assembleia da República o Projecto de Lei nº 319/XI, do Bloco de Esquerda,
que «altera o Código de Registo Civil, permitindo a pessoas transexuais a
mudança de registo do sexo no assento de nascimento»[1].

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2012/12/a-lei-de-identidade-de-genero-e-os.html

 


As finanças do PCP e a sua morte anunciada
 
A implosão da União Soviética veio criar aos partidos comunistas alinhados
com Moscovo vários problemas. O mais óbvio problema foi o do desprestígio
político adicional a que ficaram sujeitos com a desagregação do «paraíso»
terreno que apregoavam. Mas a este juntou-se outro que foi corroendo os
partidos moscovitas: o fim do financiamento das suas máquinas de
organização e propaganda.

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2013/01/as-financas-do-pcp-e-sua-morte-anunciada.html

 

 
Os nossos historietadores e o chamado
«homem novo» do Estado Novo 
 
No documentário gauchô da RTP2 sobre António Ferro (lá voltaremos no devido
momento), os historietadores do regime da III República Irene Pimentel e
Fernando Rosas, ambos da escola da historiografia marxista, criticam o
Estado Novo e Ferro por este pretender fabricar um homem novo.

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2012/12/os-nossos-historietadores-e-o-chamado.html

 

A ditadura nazi dos invertidos

                
Cristão poderá pagar multa de 50 mil dólares por não fazer bolo de
«matrimónio» invertido

Um pasteleiro cristão de Gresham, estado de Oregon (Estados Unidos), poderá
pagar uma multa de 50 mil dólares por ter-se negado a preparar um bolo de
casamento para um casal de lésbicas.

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http://maislusitania.blogspot.pt/2013/02/a-ditadura-nazi-dos-invertidos.html




Portugal - Tempo de Todos os Perigos
 
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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2012/11/portugal-tempo-de-todos-os-perigos.html

 
A RTP, antro de corrupção da juventude e infância
 
A PSP teve acesso a vídeos da RTP… A administração não deu autorização… Os
desordeiros foram indevidamente identificados pela polícia… Que atentado à
liberdade! Que chatice0! Isto já parece o fascismo, pá!
Serão estes para os Portugueses os verdadeiros problemas da RTP nesta
sociedade democratista?

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2012/12/relatorio-direccao-da-confederacao_9.html

 

Eslováquia resiste e não retira auréolas
dos santos Cirilo e Metódio impressas nas moedas
                 

Resistindo à pressão da Comissão Europeia, o Banco Nacional da Eslováquia e
a maioria da oposição, a Eslováquia votou para que se mantenha o desenho
original da moeda comemorativa da evangelização da Grande Morávia pelos
dois irmãos e santos Cirilo e Metódio, grandes evangelizadores e
construtores da cultura dos países eslavos.

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http://www.maislusitania.blogspot.pt/2012/12/eslovaquia-resiste-e-nao-retira.html

(*) Recebido por e-mail.

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publicado às 23:34

Uma visão do Fim do Mundo.

por Faust Von Goethe, em 22.12.12

 

Passadas as 3 primeiras horas do dia 22 Dezembro 2012, registe-se que Gangnam Style já atingiu 1 bilião de visualizações no Youtube-tal qual anunciado na profecia de Nostradamus e confirmado pela primeira-ministra Australiana-e a terra continua intacta. A última foto abaixo, cortesia do satélite NOAA GOES 15 da NASA, mostra-nos uma vista panorâmica da Terra a partir do Oceano Pacífico.

Tirando a parte que entrámos no solstício de Inverno, acrescido de um alinhamento da terra (i.e. o alinhamento do centro do cosmos Aeon, que se dá a cada 26000 anos), o "mundo" visto lá de cima continua na mesma. Pelo menos é o que parece!


{#emotions_dlg.gift} Aeon Magazine.


 

Imagem retirada do blog oficial do youtube.

 

 



Imagem retirada do site da Revista Forbes.



Imagem retirada da conta twitter da Nasa.

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publicado às 03:16

A força dos Blogs e das Redes Sociais "all together now!"-um exemplo.

por Faust Von Goethe, em 17.12.12


Vamos por partes: Primeiro a edição online do Jornal Le Figaro noticia Une formule mathématique pour décorer votre sapin. Horas depois de ver esta notícia partilhada no mural de um amigo meu, franco-alemão (vejam a ironia?!), decidi escrever um pequeno post-Como encontrar a decoração "perfeita" para o seu Pinheiro de Natal?.

Um dia depois, este post passou a destaque no Blogs Sapo-procurar destaque em Recorte Sapos (recortado em 13/12/12, às 10:06)-destaque esse que nos permitiu ter audiências muito próximas das do dia em lançámos [oficialmente] este Blog-5 de Outubro de 2012.
Hoje congratulo-me de ver o suplemento P3 do jornal Público a noticiar o que o jornal Le Figaro noticiou na semana passada- leia-se Dificuldades em decorar a árvore de Natal? A matemática ajuda.

Dada a quantidade de informação que circula tanto em blogs como em redes sociais, é-me impossível afirmar que o meu post foi a motivação que levou os editores do suplemento P3 a escrever esta notícia interessante e aparentemente bizarra sobre decorações de árvores [ou pinheiros] de natal.
No entanto, não são os números de sitemeter que me motivam a blogar. São exemplos como este assim como este que referi à tempos atrás.

São exemplos como este que fazem deste espaço um local singular para todos aqueles que procuram ler de tudo um pouco, sem se maçar. Será que rimou? Não importa...

Parabéns a nós! E um muito obrigado a vós!

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publicado às 16:18

Parabéns Adérito!

por Faust Von Goethe, em 14.12.12

 

 

Tem 24 anos, estudou jornalismo, mas trabalha num armazém de ração para animais. Vai receber três mil euros do Prémio Adriano Lucas com a reportagem "Ao abrigo de Coimbra

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publicado às 17:07

Como encontrar a decoração "perfeita" para o seu Pinheiro de Natal?

por Faust Von Goethe, em 12.12.12



A edição online do Jornal Le Figaro traz [hoje] um pequeno simulador desenvolvido por dois alunos da Universidade de Sheffield, que permite determinar a forma mais eficiente para decorar o seu pinheiro de natal.

Tendo como base quatro equações matemáticas, a decoração "perfeita" pode ser determinada a partir das seguintes informações: número de bolas que se pretende colocar no pinheiro de natal, tamanho da estrela a colocar no topo do pinheiro de natal, comprimento total do pinheiro de natal e comprimento da iluminação de natal que dispõe.

Uma excelente ajuda, em especial para os amadores nestas andanças assim como para aqueles que ainda não meteram mãos à obra por falta de tempo. 

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publicado às 17:59

Leituras pelo Caleidoscópio #4

por Faust Von Goethe, em 10.12.12

Selecção Premium:

Notícias cujo título roça pela bizarria:

Para terminar, o primeiro entre muitos postais de natal que prometo postar por estes lados durante os próximos dias:

 

 

Boas leituras. E uma óptima semana!

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publicado às 00:06

Leituras pelo Caleidoscópio #3

por Faust Von Goethe, em 21.11.12

Na sugestão de leitura de hoje, sugiro duas [excelentes] entrevistas de duas pessoas pelas quais nutro uma especial admiração, confesso:

Para terminar, o discurso de Rafael Correa na cimeira Ibero-Americana em Cádis. Uma análise coerciva dos efeitos das medidas de austeridade em tempos de recessão/crise sistémica. A seu tempo e sempre que seja oportuno irei falar de Correa e do blog [governamental] "Economía en bicicleta".



 

Boas leituras e visualizações!

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publicado às 12:09

Não deixem de protestar, desde que o façam com AMOR!

por Faust Von Goethe, em 16.11.12

 

A foto acima foi tirada em Junho 2011 na cidade de Vancouver (Canadá) no decorrer de um protesto que se deu na sequência da equipa de hoquei no gelo local, os Vancouver Canucks, ter perdido o final dos playoffs da National Hockey League contra os Boston Bruins.

Embora a derrota dos Vancouver Canucks tenha sido o mote para que os seus adeptos vandalissem algumas ruas da baixa da cidade, queimassem carros e partissem montras de lojas, o casal de namorados da foto aproveitou antes o calor do momento para mostrar "ao mundo" o quanto se amavam.

É caso para dizer que nos tempos que correm somos levados a tolerar, até um certo ponto, a violência que se pratica nas nossas ruas, como se de um espectáculo circense de feras se tratasse. O mesmo já não se pode dizer quando somos confrontados na rua com casais de namorados, como os da foto acima, em determinados propósitos.

Porque será?

PS: Aceitam-se respostas/análises em comentário.

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publicado às 08:47

Leituras pelo Caleidoscópio #2

por Faust Von Goethe, em 14.11.12

 Imagem: delitada do blog Página Global.

 

Boas leituras!

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publicado às 18:46

Muito Obrigado...

por Faust Von Goethe, em 04.11.12

 

... a Pedro Correia por nos dar destaque em Delito de Opinião

Confesso que sou seguidor atento tanto do Delito de Opinião como do És a nossa Fé!-um outro blogue onde o Pedro escreve-por razões clubísticas.

Um dos posts do Pedro- Dickens, o homem que travou Marx - serviu-me de inspiração para o post Leituras em tempos de Crise, escrito há cerca de 1 mês e meio atrás n'O Ouriço-um outro blog onde sou co-autor (tal como John e Rui).

 

Adenda: A escolha da imagem foi intencional. É um presente para o Pedro, que tal como eu, é fã de Charles Dickens. Só não pus a imagem de um Leão, porque acabámos de perder com o Vitória de Setúbal.  

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publicado às 21:48

Felix Baumgartner-o(s) cartoon(s)

por Faust Von Goethe, em 16.10.12

Uma ilustração a anexar ao meu texto de ontem:

 

 

E porque estamos em altura de Orçamento de Estado, a versão Gaspar para celebrarmos alegremente o facto de sermos o país a nível mundial que mais subiu a carga fiscal nos últimos anos:

 

 

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publicado às 20:14

Quanto vai perder de rendimentos com a progressão no escalão do IRS?

por Faust Von Goethe, em 15.10.12

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publicado às 18:49

Um salto gigante...

por Faust Von Goethe, em 15.10.12

 One giant leap... (em português, Um salto gigante...) é a manchete dada hoje do jornal inglês The Guardian para celebrar de forma pomposa a marca do recorde do mundo de salto em queda livre, conseguido este domingo pelo austríaco Felix Baumgartner de 43 anos, de uma altura de 128000 pés (aprox. 39 km), tornando-se assim no primeiro ser humano a fazê-lo fora de um aparelho de aviação.

O salto de Baumgartner teve a duração de 4min19s e foi supervisionado por Joseph Kittinger, o antigo detentor do recorde de salto em queda livre (4min36s), que em 1960 saltou de um balão de hélio de uma altitude de 102800 pés (aprox. 31km).

Ao juntar a este(s) record(s), juntou-se um outro- Cerca de sete milhões de pessoas assistiram, em directo, a este salto, através do YouTube.

 

 

Felix Baumgartner, ex-piloto do exército austríaco, era um perito de aterragens em áreas pequenas. Como não gostava de receber "ordens estúpidas", decidiu mudar de vida (segundo declarações ao jornal espanhol AS).

Numa altura em que os nossos governantes e comentadores da plebe nos incitam a mudar de vida, a história de vida de Baumgartner não deixa de ser inspiradora para aqueles que gostam de desafios. O slogan "nascido para voar", tatuado num dos braços de Baumgartner, é a prova [viva] de os sonhos se podem tornar realidade, desde que não se desista perante as adversidades.

 

Leituras Complementares:


#1: "Skydiver Felix Baumgartner lands highest ever jump", por -correspondente em ciência da BBC news.

#2: "Congratulations Felix Baumgartner", por Richard Branson.



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publicado às 15:37

Entrevista de Campos e Cunha ao jornal i-vale a pena (re)ler!

por Faust Von Goethe, em 08.10.12

Felizmente, há ainda pessoas neste país que valem a pena ser lidas e/ou ouvidas. Uma delas é Luís Campos e Cunha que este fim-de-semana deu uma [excelente] entrevista ao Jornal i, a qual tomei a liberdade de transcrever abaixo.

Boas leituras!


Adenda:

  • As perguntas/respostas da entrevista destacadas [abaixo] a vermelho vão ao encontro do que escrevi no post A austeridade compensa?
  •  As perguntas/respostas da entrevista destacadas [abaixo] a verde vão ao encontro do que escrevi no post A Salvação e a Crença

Luís Campos e Cunha deixou o governo Sócrates poucos meses depois de ter aceitado a pasta das Finanças, por discordar dos “investimentos faraónicos” que começaram a ser planeados depois de diversos cortes e do aumento de impostos. Mas não gosta de falar sobre isso. O professor catedrático lamenta que as empresas privadas tenham “uma grande relutância em afrontar os governos” e diz que “o Estado tem uma capacidade quase infinita de pressão sobre as empresas privadas e de iniciativa privada”. Antes de falar sobre o “enorme aumento de impostos” anunciado por Vítor Gaspar, falou, em off, de futebol. É que mais tarde jogou o seu clube, a Académica [empatou 1-1 com o Hapoel] e aproveitou para fazer uma graça sobre os leões. “Sabe qual é o único 11 pior que o do Sporting? É o 11 de Setembro!”

Assim de repente pensei que me ia dizer que era o onze do PSD…

[Risos] Também podia ser.

Neste governo jogam todos os ministros ou alguns deviam ficar fora?

É provável. Penso que algumas pessoas poderão ter revelado imaturidade em termos vivenciais e existenciais, o que as levou a ter atitudes precipitadas em determinadas decisões. Não estão a falar de ninguém em particular, mas um face-lifting poderia ajudar.

Acredita numa remodelação ou este governo vai cair?

Eu espero que o governo não caia, por uma razão muito simples: este governo tem obrigação de governar. Foi eleito, tem um programa, o país está numa situação dramática e esta coligação tem a obrigação de conduzir os negócios do país. Nesse sentido, espero que o governo não caia.

O governo tem, de facto, um programa? Já o percebeu?

O ministro das Finanças procurou explicar, e penso que explicou de uma forma clara, as opções de política. E acho que é, apesar de todas as críticas que lhe possam fazer, um grande activo deste governo.

Quinta-feira, na Assembleia da República, a oposição dizia que o governo foi eleito com um programa que está a falhar em toda a linha. Isso retira-lhe legitimidade para governar?

A política portuguesa está cheia de casos de dissonância cognitiva, em que se promete uma coisa numa altura e no dia seguinte se faz o seu contrário. E isso é grave para a política portuguesa e certamente é uma situação em que se encontram os partidos do governo, que, de uma forma talvez um bocadinho simplista, pensaram que só com o corte da despesa seria possível consolidar as finanças públicas.

E não é?

Não. Houve um grande corte da despesa este ano, é verdade, mas foi fundamentalmente – dois terços – baseado no corte do 13.o e do 14.o mês, corte a pensionistas e a funcionários públicos, que são, matemática e economicamente, o mesmo que ter um imposto especial, e portanto injusto para funcionários e mais injusto ainda para pensionistas. Acho que é particularmente gravoso o problema de se ter mexido nas pensões.

Porquê?

Porque isso cria uma incerteza brutal a todas as famílias, todas as pessoas que têm hoje 40, 45, 50 anos, que começam a ter dúvidas sobre qual será o seu futuro daqui a 20 anos. E nessa altura arriscarão menos, têm medo, têm receio, e isso não só lhes causa mal-estar como certamente tem consequências económicas, porque deixam de consumir e deixam de investir.

Como se pode reduzir rapidamente a despesa pública?

A única, ou a principal solução para reduzir as despesas do Estado é fazer uma espécie de PRACE [Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado] a sério. Porque as gorduras não estão nas chefias, não estão nos directores-gerais, o desperdício está cá em baixo. E está desigualmente distribuído, ou seja, há repartições muito bem geridas e com bons chefes e há divisões onde isso não acontece, pelo contrário. Deveríamos, além disso, ter uma discussão séria sobre as funções do Estado, sem as quais navegamos sem estratégia.

A sua experiência diz-lhe quais os organismos mais mal geridos?

O chamado Estado paralelo: todos aqueles institutos, observatórios, etc. É preciso ir a cada um desses organismos ver onde estão as gorduras e cortar aí. É aí que se faz a verdadeira reforma do Estado. Porque muito do Estado está a trabalhar para si próprio, está a fazer papéis para a repartição ao lado. Estamos a viver uma situação muito difícil, dominada pelo medo e pela incerteza. A SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social publicou há dias um estudo que mostra isso: os portugueses vivem numa incerteza e num stresse brutal, que depois se reflecte no seu dia-a-dia e também no desempenho da economia. Uma sociedade dominada pelo medo não investe, não aposta. Há sociedades que são dominadas pela esperança.

Como é que se pode mudar isso?

É importante que as políticas públicas sejam bem apresentadas, seja claro aquilo que é permanente e aquilo que é temporário. Tudo o que é temporário deve ser aprovado junto com o Orçamento do Estado e todas as alterações permanentes, nomeadamente os impostos, devem ser aprovadas antes do Orçamento, que é uma lei que dura apenas um ano. Os impostos têm de ser previsíveis para haver investimento, nacional e estrangeiro. Para as medidas que são temporárias é importante dar logo o calendário indicativo de quando vão acabar, para as famílias e as empresas poderem fazer planeamento. Isso reduz o stresse e aumenta o bem-estar e melhora o desempenho da economia.

Mas nada disso está a acontecer?

Infelizmente não. O caso da TSU – Taxa Social Única é o mais evidente e o governo continua permanentemente a chamar a atenção para aquela que considera ser uma boa solução, e no fundo parece estar a dizer que mais cedo ou mais tarde pode voltar a haver algo parecido. Uma vez mais aumenta o desconforto e os comportamentos económicos recessivos.

Concorda com as alterações em matéria de IRS?

O aumento do IRS tem a vantagem de apanhar toda a gente por igual e englobar todo o rendimento, pelo menos do trabalho e rendimentos prediais. Não estou a cortar numa pessoa que tem 3 mil euros de reforma e que pode ser a única forma de rendimento da família versus outra que tem a mesma reforma e que tem, por hipótese, outros rendimentos associados. Com o IRS é mais justo e prova aquilo que eu disse desde o início, que cortar apenas nos funcionários públicos e nos pensionistas é apenas ter um imposto especial.

Mas recai sobre aqueles que já pagam mais...

Não se pode levar muito longe a progressividade dos impostos por uma razão muito simples, é que Portugal tem pouca gente rica, se tivesse muita era mais fácil, por isso não se pode reduzir muito a base de incidência. É o dilema entre a equidade, por um lado, e as receitas que são necessárias para satisfazer os compromissos internacionais em termos orçamentais, por outro.

As medidas anunciadas por Vítor Gaspar foram bem explicadas?

Devia ter dado exemplos de situações familiares concretas para termos uma ideia aproximada do que aí vem. A única coisa que sabemos é que o IRS vai subir substancialmente, e cada um de nós precisa de começar a fazer contas… Lembro que 17% dos portugueses já tinham experienciado, não há muito tempo, momentos de dificuldade para comprar comida nos últimos 12 meses, o que significa que 17% dos portugueses já passaram fome algum dia. Cerca de dois terços das pessoas diziam que se aparecesse uma despesa extra e não esperada de mil euros não tinha maneira de a pagar. É bom que os consumidores e as famílias possam prever o que aí vem em termos de IRS para poderem desde já começar a tomar medidas para fazer frente a esse aumento de impostos.

A TSU foi a única medida que o governo anunciou como sendo de estímulo à criação de emprego, ao crescimento da economia. Isto não é muito pouco?

Eu, como economista, como cidadão, sou totalmente contra as alterações à TSU tal qual foram anunciadas. Se me pergunta por um estímulo à economia, penso que o Estado devia pagar a tempo e horas. Essa é a melhor solução, primeiro porque o Estado deve ser pessoa de bem e dar-nos o exemplo – se eu atrasar algum pagamento o Estado penaliza-me. Segundo, pagando tarde e a más horas o Estado está a financiar-se à custa das empresas – devia ser o contrário.

O governo ainda não anunciou uma medida de crescimento económico...

Na situação orçamental que temos não há qualquer hipótese de haver estímulos à economia que de alguma forma impliquem aumentos de despesa ou diminuição de receita. Não pode ser. Infelizmente é assim porque o Estado foi à falência com base nas políticas seguidas, em particular desde 2008, pelo engenheiro Sócrates. E não esqueço quem nos levou à bancarrota.

Quais as medidas que podem ser positivas e não custar dinheiro?

A reforma da justiça, a reforma da educação, diminuir a burocracia, criar formas expeditas de licenciamento, autorizações, tudo isso são medidas que não têm impacto orçamental.

Um dos problemas da austeridade é que as pessoas não conseguem ver o fim dos sacrifícios pedidos ou sequer resultados...

Na situação dramática que estamos a viver dar esperança é mostrar que há medidas que são temporárias, é dar horizontes, marcar objectivos. Isso permitiria que o povo português percebesse para onde vamos. Os compromissos com o povo português devem ser tão respeitados como os compromissos que Portugal e o governo têm com a troika. A sondagem da SEDES mostra que os portugueses acham que os sacrifícios são inúteis.

E são?

Penso que neste momento não temos alternativa, globalmente falando – e depois poder-se-ia discutir medida a medida. Eu gostaria de ver mais cortes na despesa a sério, que é aquela de que já falei, repartição a repartição, hospital a hospital. E tem de se trabalhar com as pessoas que lá estão, porque elas é que sabem onde estão as gorduras, e isso leva tempo.

Temos tempo?

Bom, já se perdeu um ano e meio. Já devia ter começado… Todos os governos são muito pressionados pelo urgente, mas o importante geralmente não é urgente. O importante é aquilo que é mais a prazo e aqui a actuação tem sido dominada pela urgência e menos pela importância.

Disse há pouco que não se esquecia que foi Sócrates que levou Portugal à falência. Fez parte do primeiro governo, de que saiu passados apenas alguns meses, evocando motivos pessoais e familiares…

Não fui eu que invoquei, foi o primeiro- -ministro que o afirmou num comunicado, que não desmenti.

Foi possível prever o caminho que iriam levar as contas públicas?

Eu não quero falar sobre o que aconteceu exactamente, mas tínhamos acabado de aumentar a idade da reforma, aumentar impostos, fazer cortes na despesa e no dia seguinte estavam-se a anunciar projectos faraónicos: TGV para tudo quanto era sítio, um novo aeroporto, mais uma ponte sobre o Tejo, uma terceira auto-estrada Lisboa-Porto… Não era para mim, isto.

Hoje o escrutínio da classe política é mais apertado?

Estamos a viver uma crise orçamental, uma crise financeira, uma crise económica, uma crise social, mas por trás disto há uma crise política. As instituições democráticas em Portugal não estão a funcionar como deve ser. E só poderemos resolver de forma duradoura os nossos problemas quando tivermos a coragem de alterar regras fundamentais de funcionamento da nossa democracia.

Por exemplo?

Estou a pensar na lei eleitoral – sou favorável a um sistema tipo escandinavo, que não tem nada a ver com círculos únicos, em que se possa seleccionar e cortar nomes de pessoas, porque assim os partidos têm obrigação de apresentar nomes de gente com reputação e qualidade. Estou a pensar no financiamento dos partidos – deve ser fundamentalmente, para não dizer exclusivamente, público. É com o financiamento escamoteado privado que pode entrar a corrupção. Estou a falar de transparência na relação entre o Estado e as empresas – todas deviam ter nos seus sites as isenções que têm, todos os contratos que fizeram com o Estado, quanto custaram, os subsídios que receberam, incluindo de Bruxelas. Nada disto custa dinheiro e o que se torna público permite o escrutínio e ao permitir o escrutínio vai contribuir para a democracia funcionar melhor.

Os eleitores questionam-se muitas vezes sobre a sua representatividade real por parte dos políticos...

Os votos em branco – e não as abstenções – deviam estar representados no parlamento por lugares vazios. Tinha duas vantagens. A primeira era trazer pessoas que não votam para dentro do sistema – qualquer dia temos uma vastíssima maioria de pessoas que nem vota, e isso é muito grave do ponto de vista da legitimidade democrática. Em segundo, levaria a que os partidos competissem entre eles, mas também que ganhassem confiança do seu eleitorado. Assim eles estão relativamente indiferentes ao aumento da abstenção. Além disso, uma pessoa – e já me aconteceu a mim – que vai votar e vota em branco tem, politicamente um voto muito significativo, quiçá mais do que votar num partido, porque significa que não dá confiança a nenhum dos partidos. No entanto, é democrata e foi votar. Mas hoje esse voto soma às abstenções, o que é uma mentira.

Falou em vergonha, como uma coisa própria das “boas pessoas”. Os nossos políticos têm vergonha?

A política portuguesa e a actividade pública de muita gente passa por não ter vergonha. Há muitas pessoas que só estão lá porque não têm vergonha, não digo que sejam todas. Os políticos só fazem as reformas quando sentem a pressão da opinião pública e publicada. Veja-se o caso da TSU, que caiu graças a um conjunto de factores: manifestações, opinião pública, Conselho de Estado…

Como vê a actuação do Presidente da República em toda esta discussão à volta do governo e da austeridade?

O Presidente da República tem gerido bem esta situação, uma actuação de 20 valores! Tentou, e terá conseguido, acalmar a tensão que havia na coligação, e isso é importante porque a governabilidade do país é fundamental. Nós não podemos ter uma crise política. Marcou um Conselho de Estado com grande antecedência e isso deu tempo e permitiu que o governo corrigisse o tiro e alterasse a sua posição. O Conselho de Estado foi um não evento, mas foi fundamental para o governo salvar minimamente a face.

Piegas, ignorantes e outros epítetos a par de algumas gafes. Este governo tem um problema de comunicação?

Eu não sou daqueles que acham que isto é um problema de comunicação. É um problema de comunicação porque muitas vezes há um problema de substância. Quando se perguntou quando é que o 13.o ou o 14.o mês seriam repostos ninguém no governo sabia e as respostas foram contraditórias e houve uma grande confusão, o que significa que nunca tinham pensado obviamente no assunto.

Há um limite para a austeridade?

Há um limite, mas tenho de conhecer os detalhes todos – que ainda não foram divulgados –, para saber se o governo já ultrapassou esse limite.

O governo tem margem de manobra para renegociar o empréstimo com a troika e, se sim, deve fazê-lo?

Há dois factores aqui, mas não estou envolvido nas negociações. Tenho dificuldade em perceber que a postura pública do ministro das Finanças possa ser outra que não a de que o acordo é para cumprir tal qual está. Se em privado e nas negociações com a troika o governo devia ter esta postura, eu acho que não.

O que seria o ideal para 2013?

Provavelmente fazer algumas alterações necessárias para compensar os cortes do 13.o e do 14.o mês, que concordo, aliás, que sejam inconstitucionais e, no caso das pensões, ilegítimo. É, neste caso, um contrato imposto pelo Estado e uma promessa de que o trabalhador receberia um valor quando passasse à reforma e foi alterado unilateralmente. E está-se a afectar pessoas que já não têm capacidade de alterar a sua situação devido à idade. Eu gostaria que para 2013 se fizessem as alterações no IRS necessárias para se poder alterar a situação nomeadamente dos pensionistas, mas que fosse neutra do ponto de vista do saldo orçamental, e deixar a economia respirar um pouco, porque em 2012 já tivemos uma dose brutal e a prova disso é o PIB cair 3% ou mais este ano. Podia ser que não cumpríssemos os 4,5%, mas com alguns cortes na despesa podíamos chegar lá perto e uma pausa no aumento de impostos era bem-vinda. Mas um Estado sobreendividado é um Estado que não é livre.

Os juros podiam ser renegociados?

O mais irónico disto tudo é que se nós viermos a pagar – vamos pensar que o caso português é um caso de sucesso e que estamos já em 2016 –, a Alemanha fez um óptimo negócio: endivida-se a 1,4% ou 1,5% e está a cobrar-nos 4,5%. Também penso que alguma alteração poderia ser feita (e quem diz a Alemanha diz a França e os países que nos emprestaram dinheiro)...

Passos Coelho afirmou ontem na Assembleia da República que ou era isto e conseguíamos os financiamentos, ou era a saída do euro. Tem de ser assim?

Nos anos 70, Nova Iorque foi à bancarrota e ninguém disse que tinha de sair da zona dólar. E a cidade é mais importante no contexto americano que Portugal alguma vez será no contexto da zona euro. Não tem de sair, mas se cessarmos os pagamentos não tenho dúvida que temos problemas não para quatro ou cinco anos, mas para 20. Nem quero falar nisso que é mau agouro, não pode acontecer. Veja o que aconteceu à Grécia.

E nós não estamos a caminhar para lá?

Não estamos ainda em porto seguro, mas espero que estejamos a aproximar-nos. É preciso continuar o esforço de consolidação orçamental. Globalmente falando, este é o único caminho.

Em Junho de 2014 a troika estará fora de Portugal, como diz Vítor Gaspar?

Não tenho a certeza que isso aconteça, mas Vítor Gaspar é ministro das Finanças, não pode dizer outra coisa e tem de se comportar como se acreditasse e trabalhar nesse sentido, mesmo que tenha dúvidas.

A Europa tem capacidade para resolver um problema muito maior que Portugal ou a Grécia?

Há problemas de curto e de médio prazo. A curto prazo, penso que Mario Draghi [governador do BCE] está a actuar bem e só peca por actuar demasiadamente devagar, mas a política monetária expansionista que o BCE tem seguido não está a chegar a Portugal nem à Espanha nem à Itália. E o próprio banco central tem de ter mecanismos excepcionais, porque tem de garantir que a política monetária expansionista chega a todos os países da zona euro, e portanto faz todo o sentido que, apenas nesta situação excepcional, compre dívida pública destes países. Outro aspecto importante era o banco central europeu acalmar qualquer acontecimento grave que possa existir num determinado banco, e estou a pensar no caso espanhol, em que os bancos estão agora sob suspeita. A este nível penso que podia e devia fazer mais.

E a longo prazo?

Temos de pensar em formar os Estados Unidos da Europa.

E isso é possível com estas pessoas?

As instituições democráticas estão em crise um pouco por todo o lado, talvez o caso português seja mais grave. Há 20 anos tínhamos Jacques Delors na Comissão, agora temos Durão Barroso, tenhamos Helmut Kohl na Alemanha, agora temos Merkel, tínhamos François Mitterrand em França, até há pouco tínhamos Sarkozy… Políticos com outra estatura, com outro estatuto e passaram apenas 20 anos. Isso significa que não é só em Portugal que temos de ter renovação da classe política, mas também na Europa. Mas há cada vez menos líderes e o drama é que não vejo que estejam dispostos a entrar na política.

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publicado às 09:25




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