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Se 2+2=5, então Vítor Gaspar é Carlos Lopes, o maratonista.

por Faust Von Goethe, em 27.10.12

Hoje vou-vos dar um pequeno exemplo para ilustrar o raciocínio matemático em termos lógicos.

 Como escreveu Balhau no seu post “Anarco capitalismo...“, a matemática é regida por tautologias, axiomas e proposições (ou teoremas). Tendo como mote as recentes jornadas parlamentares do PSD/CDS-PP, em que Vítor Gaspar deu como exemplo, a maratona, lembrei-me de conjecturar a seguinte proposição:

Se 2+2=5, então Vítor Gaspar é Carlos Lopes, o maratonista.

 

 

Embora na realidade, a igualdade “2+2=5” seja sempre falsa, a proposição acima pode ser considerada como verdadeira. A explicação [lógico-matemática] é muito simples:

  • Se assumirmos que “2+2=5”, ao subtrairmos 2 unidades em ambos os membros da igualdade “A=B” (A=2+2; B=5), obtemos “2=3” pois “2+2-2=2” e “5-2=3”.
  • Se à igualdade “2=3”, subtrairmos 1 unidade em ambos os membros da igualdade, obtemos “1=2” pois "2-1=1" e "3-1=2".
  • Se “1=2”, então porque a igualdade (=) é uma relação de equivalência, também é verdade que “2=1”.
  • Ora Vítor Gaspar e [o ex-maratonista] Carlos Lopes são 2 [pessoas] e “2=1”, logo Vítor Gaspar e Carlos Lopes são 1 [e 1 só pessoa].

Convencidos?


Adenda: Concordo com a “Proposição” de Vítor Gaspar [de ontem] nas jornadas parlamentares PSD/CDS-PP, quando ele afirmou:


“O nosso grande desafio é mostrar em Portugal o que é possível, quais são as funções do Estado que são prioritárias, quais as funções do Estado financiáveis, qual o custo que está associado a essas funções do Estado”

 

No entanto, tal como o leitor é livre de colocar em causa a validade da igualdade “2+2=5” na proposição acima, eu sou livre de colocar em causa alguns dos cálculos inclusos neste Orçamento de Estado para 2013, que vão muito para além do erro na questão dos multiplicadores de austeridade.
Falo-vos por exemplo da subvalorização [em excesso] do preço do barril de Brent assim como não se ter feito qualquer correlação entre as oscilações do preço do Brent e a procura de metais preciosos, como activos de último recurso [em período de deflação].
Uma melhor precisão de cálculo poderia poupar p.e. aos consumidores um aumento mais suave nas tarifas energéticas a praticar pela EDP (p.e. o imposto cobrado pela EDP para produção de energias renováveis).

Em suma, é função do estado p.e. assegurar que empresas como a EDP não usurpem dinheiro, em demasia, aos consumidores. Faz parte do seu poder regulador.

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publicado às 18:13





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