Perdidos que estamos entre a bruma e o caleidoscópio, é fácil a distinção. É absoluta a afirmação. Espelho meu, espelho meu que não nos pertence. Falácia do tempo que não merece contagem. Eis-nos aqui encravados no ângulo obtuso, espreitando pelo buraco de uma agulha, elevados pelo balão, à espera da opinião certeira que tombe dos céus para esmagar a dúvida já acamada num cemitério de certezas. A luz passou a equivocar, a desfocar a vista toldada pela ilusão que já lá vai. Agarra-te ao que ainda sobra do desbaste, da vista cansada. A culpa retribui o olhar de um modo lânguido. Não encontra o seu par. Caleidoscópios seremos. Inquilinos misteriosos de um labirinto aberto 24 sobre 24 horas.