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Ultimamente tenho andado com a vista cansada. Deve ser das lunetas...
Na sugestão de leitura de hoje, sugiro duas [excelentes] entrevistas de duas pessoas pelas quais nutro uma especial admiração, confesso:
“As pessoas têm o direito a saber por que um processo esteve parado 4 anos”- Entrevista de Álvaro Laborinho Lúcio ao jornal i. Merece ser (re)lida com a devida atenção.
«partidos políticos têm de criar condições para impedir a violência»- Entrevista a Luís Amado à TVI 24 no passado dia 14 Novembro. Um resumo sucinto desta pode ser lido em Jornal de Negócios.
Para terminar, o discurso de Rafael Correa na cimeira Ibero-Americana em Cádis. Uma análise coerciva dos efeitos das medidas de austeridade em tempos de recessão/crise sistémica. A seu tempo e sempre que seja oportuno irei falar de Correa e do blog [governamental] "Economía en bicicleta".
Foto delitada da página Burros de Portugal.
O debate da "refundação do acordo de entendimento" reveste em si próprio um aglomerar de controvérsias.
Concordo em parte com João Távora José Mendonça da Cruz, quando ele defende que os jornalistas estão a ser, em certa parte, parciais. No entanto, o slogan "refundação do acordo de entendimento" reveste em si próprio um conjunto de interpretações dúbias que dão a entender que o governo quer rever o memorando ou até mesmo, renegociá-lo. E este é o maior erro que quem nos governa poderia ter feito, pois dá a possibilidade do maior partido da oposição se desmarcar do que foi assinado em Maio 2011. Marcelo Rebelo de Sousa já o tinha dito no domingo passado.
Quem assinou o memorando, sabia perfeitamente-embora possa fingir que não o saiba- que a aplicação de grande parte das reformas inclusas no MoU-como é o caso dos cortes dos subsídios de férias e natal- implicariam mudanças [profundas] na constituição. Mas para mudar a constituição são precisos, pelo menos, 2/3 dos votos, ou seja, o parecer favorável de todos os partidos com assento parlamentar que assinaram o MoU.
Até aqui estamos entendidos. O problema é que governo e maioria parlamentar:
i) Se esqueceram que a "refundação" já deveria ter sido iniciada logo após o acordo de concertação social (Janeiro 2012).
ii) Perceberam tarde demais o significado do chumbo do Tribunal Constitucional (Julho 2012).
Tarde demais, pois o consenso social já estalou...